Infância e telas: como limitar e dosar o uso da tecnologia pelas crianças
23 de Fevereiro de 2019 às 00:31
Originalmente publicado no Blog da Brinque

O uso das telas pode ser positivo e trazer aprendizado. Mas é preciso regular-lo e dosá-lo.
Para o especialista, bebês e crianças vivem cercados de tecnologia, que está no cotidiano dos pais, dos cuidadores, dos adultos e mesmo jovens que cercam os pequenos. Complicado dissociar e evitar completamente o contato. A recomendação da Associação Americana de Pediatria (AAP) é que crianças com menos de 1 ano e meio não tenham acesso às telas. Acima de dois anos, os pediatras sugerem apenas uma hora de telas (o que inclui TVs, tablets, jogos eletrônicos em qualquer suporte, celulares), bem distribuída ao longo do dia. "Crianças de até 2 anos de idade passam por uma fase importante no desenvolvimento cognitivo, motor, de linguagem e de habilidades sociais/emocionais. O aprendizado através de telas é insuficiente para elas. Pela imaturidade do seu sistema neurológico, elas têm dificuldade de transferir esses conhecimentos para o mundo tridimensional em que vivem", explica Helito. Para que crianças pequenas se desenvolvam adequadamente, diz ele, é preciso que haja interação com os pais, familiares, cuidadores, outras crianças. E que haja brincadeiras manuais, na natureza, a concretude do mundo real. "Vale lembrar que o uso de telas é insuficiente para o ganho de habilidades importantes para o bom rendimento social e escolar, tais quais persistência para conclusão de tarefas, controle de impulso, regulação emocional, criatividade e flexibilidade de pensamento". Crianças que têm acesso exagerado a esses dispositvos podem apresentar dificuldades de concentração, de aprendizagem, de comunicação e pouca tolerância a frustração. Insuficiência de sono e ganho de peso também estão associados ao uso excessivo das telas.Boas ideias e alguns cuidados ajudam no uso sadio e positivo da tecnologia
Helito sugere algumas atividades que pais, mães e cuidadores podem fazer com crianças usando a tecnologia. Uma delas é instigar as crianças a distinguir, nos jogos, o que faz parte do mundo real do que não faz. Quer mais uma ideia? Propor às crianças que reflitam sobre quais seriam as consequências das ações das personagens de jogos e desenhos no mundo real. Programas com movimentação muito rápida ou com violência devem ser vetados.Este texto foi publicado originalmente no Blog da Brinque e estava hospedado no site da Brinque-Book. A editora Brinque-Book foi integrada ao Grupo Companhia das Letras em outubro de 2020 e a migração deste conteúdo para dentro do Blog da Letrinhas tem como objetivo somar conhecimentos, unificar os blogs e fortalecer a produção de conteúdo sobre literatura infantil, leitura e formação de leitores.