Quais são os livros imperdíveis do ano? Desde 2016, a Cátedra Unesco de Leitura responde a essa pergunta com o prêmio anual que seleciona os melhores lançamentos. Neste ano, cinco obras do grupo Companhia das Letras foram indicadas nessa premiação já tão aguardada do mercado editorial. Na categoria Distinção, foi selecionado Enreduana, de Roger Mello e Mariana Massarani. Já em Seleção, foram escolhidos A revolução dos bichos (George Orwell, com adaptação e ilustração de Odyr), Amoras (Emicida e Aldo Fabrini), O reino de Zália (Luly Trigo) e Vovó veio do Japão (Janaina Tokitaka, Mika Takahashi, Raquel Matsushita e Talita Nozomi).

Integrado ao IILER (Instituto Interdisciplinar de Leitura PUC-Rio), o prêmio tem seus títulos selecionados por especialistas da literatura infantil e juvenil, como pesquisadores, críticos, professores, criadores, bibliotecários e artistas. A comissão busca obras com "valor literário, plástico e editorial, sem designação por categorias ou faixas etárias, mas atentas à qualidade artística no diálogo entre texto e imagem".

A premiação também faz parte da Cátedra Unesco de Leitura da PUC-Rio, que tem como missão, desde 2006, "contribuir para a transformação do indivíduo e da sua relação com suas coletividades", além da "supressão progressiva das desigualdades de ordem educacional, de gênero e social". Além do prêmio, realizam ações e projetos de incentivo à leitura. O prêmio foi criado pelos professores Eliana Yunes e Luiz Antonio Coelho.

Saiba mais sobre as obras premiadas.

 

Da argila ao papel

Um grão de areia da Mesopotâmia narra nada menos do que a história da primeira poeta do mundo. É a história da escritora Enreduana, também sacerdotisa e filósofa, que viveu em 2.300 a. C. Expulsa de sua terra pelo próprio irmão e devota da deusa Inana, ela escrevia em placas de argila, material bastante comum na época. Na obra de Roger Mello e Mariana Massarani, há experimentações estéticas que buscam o tom e a textura desse material e suporte do livro daquele tempo.

 

Uma história de poder

Um clássico da literatura universal, A revolução dos bichos, de George Orwell, escrito em 1945, ganha a sua versão em quadrinhos. A obra, uma conhecida história sobre o poder, ultrapassa as críticas ao regime estalinista e até hoje impressiona por narrar as fraquezas humanas frente a situações políticas. Na versão do gaúcho Odyr, ganha traços e cores que podem despertar a curiosidade dos mais diferentes leitores.  

 

Às crianças que sonham

O primeiro livro infantil do rapper Emicida é repleto de poesia. Amoras, inspirado em uma de suas canções, bebe na fonte da imaginação das crianças. De uma criança, em especial: sua filha Estela, a quem dedica a obra. Com ilustrações de Aldo Fabrini, a história reflete o orgulho de ser  quem somos e as viagens realizadas por elas, as crianças, sempre a sonhar um mundo diferente.

 

Da escola ao poder

Zália nunca quis assumir o trono de Galdino, mas se vê sem escolha quando seu irmão mais velho sofre um atentado. Do dia para a noite, ela tem que aprender a lidar com diferentes conflitos políticos, divide-se entre a continuidade do governo do pai e as demandas populares, representadas por um grupo político chamado Resistência. Há romance, drama e muita política em O reino de Zália, primeiro romance de Luly Trigo.

 

Presente das avós japonesas

Cada comida tem a sua época certa no Japão. E quem melhor para prepará-las do que as obaatians, as avós japonesas? Com autoria de Janaina Tokitaka, Mika Takahashi, Raquel Matsushita e Talita Nozomi, Vovó veio do Japão conta quatro histórias que envolvem o ambiente afetivo da culinária, cada uma em uma estação do ano, com um prato típico do país.