Uma ciranda de sonoridades brasileiras

22/05/2019

 

Com o tema Música, linguagem da vida, a mostra Ciranda de Filmes acontece entre os dias 23 e 26 de maio com uma programação de mais de 70 filmes, além de oficinas, vivências, intervenções artísticas, conversas musicais e sessões especiais, seguidas de bate-papos com cineastas, músicos, educadores, artistas e pesquisadores. São quatro dias de mergulho no universo da música, com destaque para os mestres de muitas sonoridades Brasil afora, as vozes da natureza, as experimentações musicais e o ensino da música nas escolas.

 

 

O evento reúne alguns mestres musicais e seus movimentos em diversos documentários, como Dominguinhos (Mariana Aydar, Eduardo Nazarian e Joaquim Castro), Clementina (Ana Riepier), Hermeto campeão (Thomaz Farkas) e Tropicália (Marcelo Machado). As virtuoses instrumentais, do Brasil e exterior, também trazem seus sons para a roda: Nelson Freire (João Moreira Salles) e O piano que conversa (Marcelo Machado), Ryuichi Sakamoto: coda (Stephen Nomura Schible) e The music of strangers: Yo-Yo Ma and The Silk Road Ensemble (Morgan Neville).

Sobre a experiência musical nas escolas, vale destacar longas como Vida escolar, de Neasa Ni Chianáin, Kinders, da dupla austríaca The Riahi Brothers, o delicado Small things, big things, da diretora indiana Saumyananda Sahi, além dos curtas Todos juntos, do cineasta húngaro Kristóf Deák, e Música na Te-Arte, de Fernanda Heinz Figueiredo. A tônica musical do tema traz nomes fortes para a programação paralela: a arte-educadora Teca Alencar de Brito e a educadora musical Roseli Novak compartilham suas experiências em ensino musical numa roda de conversa. Já a etnomusicóloga Lydia Hortélio, referência na cultura da infância, está presente em outra roda, para tratar da musicalidade tradicional da criança.

Há muitos jeitos de adentrar o universo musical na programação da Ciranda de Filmes: um deles é ao assistir ao filme Amazônia groove, de Bruno Murtinho, que nos pergunta: Quantas músicas cabem num rio? O longa-metragem documental nos leva a uma incursão pelos ritmos sonoros que margeiam o gigantesco Amazonas, apresentando personagens inusitados no caminho, como uma diva do carimbó ou uma artista de rua dos arredores do Mercado Ver-o-Peso. O filme traz reflexões sobre questões como ancestralidade, fé, mistério, memória e identidade.

 

 

A relação com a natureza ganha muitos tons em outras produções. Filmes como Being hear (Palmer Morse e Matthew Mikkelsen) e Orquestra da natureza: sons do nosso planeta em transformação (Robert Hillman) abordam a urgência de ouvirmos as vozes de diversos ecossistemas – poucos deles livres das poluições e intervenções humanas – e da importância de também buscar o silêncio, verdadeiro “conselheiro da alma”. Num mundo tão marcado pela visualidade, esses filmes chamam a atenção do espectador sobre o quanto as vozes da natureza conectam as pessoas consigo mesmas, são um chamado para uma escuta interior.

Antes ou depois de ver esses e outros filmes da mostra, que inclui também sessões especiais dedicadas às famílias, com curtas de indicação livre para todos os públicos, os visitantes podem curtir o simpático espaço de um coreto no saguão do Espaço Itaú de Cinema Augusta. Lá podem ouvir uma biblioteca de sons de projetos musicais, com acervos curiosos sobre as matas, as águas e as aves e ainda aproveitar diferentes apresentações artísticas, de um show das Caixeiras da Família Menezes à inusitada intervenção Andante Instrumentoso.

“Depois de ver os filmes, participar das oficinas e adentrar as rodas musicais, além de refletir, cantar e dançar nas muitas atividades da mostra, é ainda possível continuar cirandando por linhas ou trilhas temáticas.” Esse é o convite de um mapa, uma “cartografia cirandeira”, feito para ampliar a experiência da mostra. É uma espécie de guia com indicações literárias, obras musicais, espaços e outros conteúdos que se relacionem com os diversos temas abordados na edição.

 

 

Ciranda de Filmes - Música, linguagem da vida

Onde: Espaço Itaú de Cinema Augusta (r. Augusta, 1.475, Bela Vista)

Quando: de 23 a 26 de maio

Quanto: grátis

 
Compartilhe:

Veja também

Voltar ao blog