Para conhecer as árvores de São Paulo

21/09/2018

 

 

Bastou uma pequena floresta com plantas nativas da Mata Atlântica nos fundos de sua escola para que Ricardo Cardim se apaixonasse pelas árvores brasileiras para sempre. Botânico, ele sempre se lembra da infância em que a relação com a natureza era menosprezada e hoje trabalha para que essa conexão possa ser melhor estimulada nas escolas. 

Uma forma de implementar isso é o projeto batizado de Floresta de Bolso. Já aplicado em duas escolas paulistanas, realiza uma restauração da dinâmica original da Mata Atlântica em espaços reduzidos, a partir de 15 m². Em São Paulo, o resultado é um crescimento mais rápido das plantas, menor índice de perdas e menos manutenção. Em ambientes escolares, proporciona ainda um maior contato com a mata nativa.

Segundo o pesquisador, as plantas brasileiras não são assunto só da aula de biologia, mas de diferentes disciplinas. Diferentes aspectos históricos e culturais podem ser abordados com os alunos: como era o Brasil com a chegada dos portugueses, quais tipos de madeira eram utilizadas pelos índios e quais frutos serviam de alimento.

Mas a importância de abordar a vegetação nativa deste território em sala de aula vai muito além do conteúdo aplicável no currículo escolar. Passa por toda uma conscientização da criança sobre a importância da preservação das áreas verdes e de desenvolver uma relação de afeto entre elas e as árvores, assim como aconteceu com Cardim no início de sua vida.

 

Foto Ricardo Cardim

 

O botânico acredita tão profundamente na educação para o trabalho com o meio ambiente que há anos dedica-se a criar informação sobre o tema. Começou com o blog Árvores de São Paulo, que desde 2009 atua na defesa de áreas de cerrado nativo que ainda sobrevivem na cidade. Lançou ano passado a mostra Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB, no Museu da Casa Brasileira, com a mesma finalidade do site.

Abaixo, confira as dicas de Ricardo Cardim de lugares para visitar com as crianças e celebrar este Dia da Árvore.

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Figueira das Lágrimas

A árvore é ainda mais antiga do que a Independência do Brasil. Por ela já teriam passado figuras históricas como D. Pedro I e D. Pedro II. Tem esse nome porque era ali que familiares se encostavam para dar adeus àqueles que iriam lutar na Guerra do Paraguai.

Onde: Estrada das lágrimas, entre os números 515 e 535, Ipiranga

 

Parque Trianon

Um lugar bem no centro da cidade cujas árvores são remanescentes da Mata Atlântica. Lá é possível conferir de perto árvores como o araribá-rosa, cedro, jequitibá e sapopemba. Das 135 espécies, destaque para oito que estão ameaçadas, como a cabreúva, o chichá e o palmito-jussara.

Onde: r. Peixoto Gomide, 949, Cerqueira César

 

Parque da Luz

O mais antigo parque público da cidade foi pensado inicialmente como Horto Botânico, em 1825. Das 165 espécies de árvore registradas por lá, também dá para conferir algumas ameaçadas, como cabreúva, cambuci e palmito-jussara.

Onde: Praça da Luz, sem número

 

Pico do Jaraguá

Também cercado pelo remanescente da Mata Atlântica do Parque Estadual do Jaraguá, o Pico do Jaraguá apresenta um bônus, que é a vista surpreendente do ponto mais alto da cidade de São Paulo.

Onde: r. Antônio Cardoso Nogueira, 539, Vila Chica Luiza

 

Parque Alfredo Volpi

Localizado no bairro do Morumbi, na zona Sul da cidade, o parque existe desde 1970 e possui diversas trilhas que podem ser utilizadas para a atividade física ou para a observação de animais e das mais diversas árvores.

Onde: av. Eng. Oscar Americano, 480, Morumbi

 

Parque do Carmo

Aqui, as cerejeiras são as árvores que mais chamam a atenção. É que desde 1978 acontece a Festa das Cerejeiras, originária do Japão, em que os visitantes podem conferir de perto a florada da árvore-símbolo do país oriental.

Onde: av. Afonso de Sampaio e Sousa, 951,Itaquera

 

 

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