Diversidade em todas as telas

17/08/2017

 

Quem somos? De onde viemos? Quais são nossas origens? Essas perguntas, centrais para a construção de nossa identidade, feitas há séculos, são tendência entre as produções audiovisuais dirigidas a crianças. É o que podemos constatar ao acompanhar as exibições do Festival comKids Prix Jeneusse Iberoamericano, que acontece até dia 20/8 em São Paulo, com filmes e séries, documentais e ficcionais, da América Latina e da Península Ibérica, voltados a crianças de todas as idades.

Um exemplo é a série equatoriana Mi voz, mi mundo, que conta, por exemplo, como é a vida dos Tsáchilas, população indígena da Província de Santo Antonio. A partir do ponto de vista das crianças, o episódio percorre informações como a culinária, as vestimentas, a língua e as plantas medicinais presentes nessa cultura. A linguagem é inteiramente voltada aos pequenos, com a ajuda de animações que tornam a narrativa mais atrativa. Abaixo, um outro episódio da série.

 

 

Já o programa chileno Un mundo de amigos traz as histórias de amizade entre crianças chilenas e imigrantes estrangeiros, buscando apresentar mundos diversos. No episódio Azaan + Belén, apresentado no festival, está o encontro entre um menino que imigrou do Paquistão, Azaan, e sua amiga de escola Belén. Durante a narrativa, Belén visita a casa de Azzan, onde é bem recebida por sua família e aprende sobre os costumes do Islã, como as vestimentas, alimentos e preces.

Ampliando o mosaico das infâncias latino-americanas, também podemos conhecer no festival a história de um menino de oito anos criado numa comunidade tradicional e rural das planícies da Colômbia em De a caballo. Um pouco do universo do protagonista, de uma família ligada à rica cultura de cavaleiros, é revelado pelas imagens captadas pelo próprio menino em uma pequena câmera que sempre carrega consigo.

 

 

Já o chileno Ojos al futuro traz os desafios da jovem Suni Cautín Mamani, de 17 anos, integrante das culturas aymara e quechua. Nascida em um povoado localizado ao norte do país, ela é orgulhosa de suas origens, mas vive o conflito de deixar sua terra natal para estudar na cidade.

 

 

Para os bem pequeninos, até seis anos de idade, duas produções que abordam questões de identidade chamaram a atenção: Atrapasueños (Equador), com a riqueza da diversidade étnica e cultural do país, e Pichintún (Chile). Já a série chilena é uma docu-animação que apresenta povos tradicionais como os Aymara, Mapuche e Rapanui. Num dos episódios, a pequena Kristel, que mora no povoado de Pachica, no deserto do país, apresenta suas tradições, brincadeiras e bichos de estimação.

 

 

Duas produções brasileiras, ligadas ao projeto Minha vez, ganharam  destaque numa sessão especial, com a participação dos jovens protagonistas dos documentários. Um deles é Respeito, filme de Ana Pacheco que traz a história da menina Kayllane Coelho, conhecida por ter vivido um triste episódio de intolerância, quando levou uma pedrada na rua por ser adepta do candomblé. O segundo filme é Kunumi, o raio nativo, de Mauro D’Addio, com o jovem guarani Werá, que na abertura da Copa do Mundo de 2014 levantou corajosamente uma faixa pedindo a demarcação da terras indígenas, quebrando os protocolos do evento. Ambos os filmes adentram um pouco suas culturas, criando importantes pontes entre realidades diversas.

 

 

ComKids

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